Ela tentou fugir. Fugir de toda a confusão que se encontrava a vida dela. Ela só desejou sair sem rumo por ai pra não ser encontrada. Ela precisava de um tempo sozinha. Sozinha com seus próprios pensamentos e ideias. Refletir sobre tudo o que sua vida tinha se tornado. Que a culpa não era de ninguém mais, além dela mesma. Mas, ela sabia que não podia ficar lamentando. Ela deixou tudo isso acontecer por não ter pensado nela. No entanto, ela tinha que mudar. Sem dramas, ou culpas. E levantar e fazer um destino diferente, porque tudo agora dependia dela. Se ela não o fizesse isso, quem o faria? Ninguém. Ela sabia disso.
Anne olhando para o alto, pediu força e coragem. Não queria mais viver daquele jeito, ela devia seguir em frente, sem olhar para trás ela pegou sua mochila com algumas coisas, o pouco do dinheiro que lhe restava, e bateu à porta, sabia que a partir daquele momento as coisas iam mudar, e deveriam mudar. E que assim fosse em um lugar diferente, novo, um lugar para que ela pudesse recomeçar.
Dentro do ônibus Anne adormeceu, acordou com alguém cutucando seu braço a chamando: - Moça, moça. Ela deu um salto na poltrona, assustada, e olhando já com o ônibus vazio, só restava ela e a pessoa. - Ãhn, ah, obrigada, senhor. Juntou suas coisas, e desceu do veículo correndo.
Anne não sabia o que esperar desse novo lugar que a esperava, não sabia o que iria fazer. Mas a certeza que olhando para aquela imagem do pôr do sol refletindo no rio, sabia que era ali que gostaria de ficar e começar sua vida outra vez. O que estava por vir, não sabia e não importava, só desejava encontrar ali, a sua felicidade e paz que a muito tempo não sabia o que isso significava ou se ao menos pudesse ter. Um pouco de fé nesse lugar era tudo que ela estava tentando manter, e principalmente nela mesma para fazer desse lugar a sua nova casa para viver.